PSOL votou
contra o projeto de lei que não alcança os servidores que ganham piso salarial.
Teto do funcionalismo público terá reajuste de 50%. Proposta terá impacto
estimado de R$ 1,5 bilhão nos cofres públicos do estado.
O projeto de
lei aprovado na terça-feira (29) que garantiu o aumento de salário de 50% para
o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o vice
dele, Felício Ramuth (PSD) e os secretários de estado da próxima gestão, em
2023, uniu bancadas opositoras na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
O PT, que
compõe a atual Mesa Diretora, autora do projeto, e o PL e Republicanos, que
compõem o governo do estado, normalmente em lados opostos da Casa, votaram do
mesmo jeito: a favor do texto que eleva o teto do funcionalismo público
paulista e que terá um impacto de cerca de R$ 1,5 bilhão nos cofres públicos do
estado. Cada servidor terá o reajuste de acordo com sua carreira.
Do total de parlamentares
presentes, 56 votaram sim, e seis foram contrários. A bancada do PT tem 10
parlamentares. A do PL, que elegeu 10 deputados em 2018, hoje tem 17, e a do
Republicanos, partido do governador eleito, Tarcísio de Freitas, 8.
A cúpula das
polícias e os diretores de escola, por exemplo, pressionaram lideranças dos
três partidos pela aprovação do texto que garantiu o reajuste da elite do
funcionalismo. Apenas o PSOL e deputados isolados, como Janaína Paschoal
(PRTB), ficaram contra a proposta que não alcança os servidores que ganham piso
salarial.
"Sou
favorável à medida porque eu não tenho uma visão de que a gente deva nivelar
por baixo. Eu luto pelo reajuste de 33% no salário dos professores, pela
aplicação do Fundeb e continuarei lutando. Com essa alteração, temos condições
de cobrar, também, para os demais profissionais", defendeu a deputada
Professora Bebel (PT), que votou a favor do texto.
Para Adriana
Borgo (Agir) e Monica Seixas (PSOL), que votaram contra o projeto, o reajuste
não atinge a base do funcionalismo.
"O
aumento do teto é justo. Porém, não é correto nós pensarmos só em uma
categoria. Precisamos pensar em todos os servidores, principalmente nos que
estão na outra ponta da linha", discursou Adriana Borgo.
"A
gente vinha tentando construir aqui um reajuste salarial digno para todos os
servidores e servidoras, entendendo que não há justiça enquanto só os de cima
tiverem reajuste, enquanto nós temos servidores e servidoras que estão em
condição de fome no estado de São Paulo", comentou a deputada Monica
Seixas do (PSOL), que também foi contra a proposta.
O relator do
Orçamento de 2023, delegado Olim (PP), disse que se comprometeu a pedir a
Tarcísio previsão orçamentária para que os servidores paulistas que recebem o
piso de cerca de R$ 1,3 mil tenham aumento previsto no próximo exercício.
A reportagem,
o deputado Olim confirmou a conversa, mas negou que tenha sido um acordo formal
com as bancadas opositoras na Casa.
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